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Irmão Carlos Cezar Gonçalves da Rocha

SOLIDARIEDADE EMERGENCIAL


SOLIDARIEDADE EMERGENCIAL

A construção de um templo maçônico e seus reais objetivos, como também galgar cada degrau da escada de Jacó, levam ou devem levar cada maçom a se despojar do acúmulo de maldade, que pode estar impregnada em sua mente, em seu corpo e em seu coração, minimizando ou desamarrando qualquer ligadura, que comprometa sua concentração espiritual, que depende de um exercício constante que o eleve do plano material ao plano superior.

Como no fenômeno fênix, renascer de novo, nos remete à imortalidade. Imagine uma vida eterna para fazer o bem… ou para fazer o mal… ou mesmo para não fazer nenhuma das duas coisas. Se faz presente aí o peso do livre arbítrio, que quando mal utilizado, recai sobre nossas cabeças, nos deixando muito aquém do exercício daquele juramento que fizemos quando iniciamos (Juro também ajudar e defender meus irmãos em tudo o que puder e for necessário,)… “E se violar esse juramento”…

Um dos mais importantes conceitos em que se baseia a maçonaria é a fraternidade, aí eu imagino, escrevo falo e publico que a linha dos domésticos da fé, é o modo que me parece mais justo, no entanto nem tão perfeito, à medida que, amar ao teu próximo como a ti mesmo, tem significado muito mais, amar quem está distante.

É claro que somos todos irmãos e filhos do GADU, somos cidadãos do mundo e sabemos que quem está distante, também precisa de nós, mas oferecer o banquete ao meu próximo que está próximo, aos olhos de quem ama, é como uma oferenda é uma dádiva, portanto gratuita, é o símbolo para o exercício do religare, é a nova ou renovada ligação do homem com Deus, e sendo o homem a imagem e semelhança de seu criador, podemos dizer que é o exercício real da ligação do homem com o homem, com o homem… livre e de bons costumes.

Isso sim é religião, que em latim, lê-se religare. Lembram-se daquele cordão umbilical ligando mãe e filho, que alimenta aquela nova vida? Entre nós os homens de boa vontade, poderíamos dizer, recorrendo a uma linguagem figurativa que este cordão umbilical é substituído, pela tolerância, pelo saber ouvir, por ser mais piedoso…por ser mais sábio e por via de consequência dedicar-se mais ao amor com sabedoria, à sabedoria, com amor fraterno. É a pura filosofia, ingrediente de alta relevância para vencer as paixões e fazer progresso.

Notemos que a religião e a filosofia, em seu ângulo stricto senso, em seu sentido limitado, porem especializado, profundo, não é para os humildes mortais, estes que embevecidos pela paixão, no sentido de amor desequilibrado, se atropelam em suas emoções e em suas falas, coibindo o caminhar do óbvio, coibindo a prospecção, ou seja coibindo ou tentando coibir aquilo que está sujeito de ser ou está sujeito de acontecer. É ignorar a discussão pacifica, já que é a discussão que gera a luz e é essa luz que nos mostra o caminho, que nos levará ao entendimento divino, que como diz em Desiderata, “somos filhos do universo…” portanto, digo eu, fagulhas de seu Grande Arquiteto.

Logo somos filhos da luz e se somos maçons e buscamos no mundo profano homens de bem para iniciar em nossos mistérios, é elementar o raciocínio que precisamos fortificar nossas colunas, (pelo amor e juramento) buscando acordar os adormecidos de fato e os adormecidos de direito, conhecendo melhor seu irmão como a ti mesmo, conhecendo sua família, seus valores, suas qualidades, suas dificuldades e suas limitações, disponibilizando-se, faz parte de seu juramento, e mais, nessa estrada, descobrirá valores inimagináveis, não só em seu irmão como em você mesmo, mas que estavam precisando ser adubados para frutificar.

Nessa ótica, de Família maçônica, de relação fraternal real, teríamos hoje, nossas lojas cheias de irmãos, que ontem eram nossos sobrinhos. Teríamos a fraternidade feminina, florida de cunhadas dispostas ao trabalho das causas sociais, como também seríamos inspirados e motivados a prestigiar a Ordem das Filha de Jó, a Ordem Demolay.

Se quisermos entender que esse caminho e essa esperança é utopia, os convido a entender que a utopia é o ainda não e não o nunca será e, da mesma forma que entendemos que o amor é um presente espiritual, precisamos entender que nossa Ordem precisa fazer um maior exercício de solidariedade… de solidariedade…emergencial!

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