Academia Maçônica de Letras do Espírito Santo
Discurso proferido pelo acadêmico Bóris Castro, por ocasião das comemorações aos 25 anos da AMLES, em julho de 2015
Há exatamente 364 dia atrás (05 de julho de 2014) ocupávamos essa Tribuna para dirigirmos uma oração pela passagem do vigésimo-quarto aniversário de nossa Academia.
No introito da mesma dizíamos, que no século IV a.C. vivia nos arredores de Atenas um herói de guerra de nome Academos, proprietário de muitas terras e de um imenso jardim. Foi neste que, no ano de 388 a.C. Platão fundou uma escola de investigação científica, a qual denominou Academia. O objetivo da mesma foi a investigação à Ciência, dedicação às Artes e o estudo da Filosofia. Paralelamente foi edificado um Templo dedicado às Musas (Divindades protetoras) dessas atividades.
Cícero, Orador romano (106 a.C. – 43 a.C.) descreve informações topográficas da localização da mesma, em sua obra “De Finibus” 5,1.
Como aumentasse em muito o número de ouvintes, Platão mandou construir um recinto em forma semicircular para ser melhor ouvido. A Academia funcionou de 338 a.C. até 528 a.C. e por ordem do imperador Justiniano (482 a.C.) deixou de existir por ser uma escola dita pagã.
Daí forjou-se a formação do pensamento grego clássico, embrião do pensamento ocidental.
Embarquemos agora em uma espaçonave do tempo, e saltemos na história do século XV, onde, vários estudiosos, cientistas, artistas, literatos, músicos começaram a se agrupar em academias.
A mais antiga que se tem ciência foi a Academia Francesa, criada em 1635 pelo Rei francês a pedido do Cardeal de Richelieu (1585/1642 d.C.).
No Brasil por incentivo e apoio oficial do Vice-Rei, Dom Vasco Fernandes César de Menezes, em 07 de março de 1724, fundaram, na Bahia a “Academia Brasílica dos esquecidos”, que teve vida efêmera de onze meses, ironicamente em consonância com seu estranho nome.
Em seguida, nova academia foi fundada na Bahia, em 1759, com o nome de “Brasílica dos Renascidos” também de curta duração.
Na cidade do Rio de Janeiro foram fundadas as Academias “Dos Felizes” (1736-1740) e a “Dos Seletos” (1752).
No dia 15 de dezembro de 1896, foi fundada a “Academia Brasileira de Letras”.
No ano de 1897, foi eleito o escritor Machado de Assis, como Presidente e dezesseis fundadores iniciais, foram: Araripe Júnior, Joaquim Nabuco, José Veríssimo, Lúcio de Mendonça, Medeiros e Albuquerque, Olavo Bilac, Pedro Rabelo, Rodrigo Octávio, Silva Ramos, Teixeira de Melo e Visconde de Taunay.
A seguir, foram convidados e honrados como fundadores os Srs. Coelho Neto, Filinto de Almeida, José do Patrocínio, Luis Murat e Valentim Magalhães. Em seguida, novos convidados Afonso Celso, Alberto de Oliveira, Alcindo Guanabara, Carlos de Laet, Garcia Redondo, Pereira da Silva, Silvio Romero e Urbano Duarte.
A seguir novos convites forma feitos para igualar o número de membros à Academia Francesa. Foram eleitos, Aluísio Azevedo, Barão de Loreto, Clóvis Bevilacqua, Domício da Gama, Eduardo Prado, Franklin Dórea, Luís Guimarães Júnior, Magalhães de Azeredo, Oliveira Lima, Raimundo Correia e Salvador de Mendonça.
Em 21 de abril de 1972, foi fundada em sede provisória no Rio de Janeiro e instalada em 24 de junho do mesmo ano, a Academia Maçônica de Letras do Brasil, presidida pelo Ir.: Morivalde Calvet Fagundes e com a estreita colaboração do Sr. Austregésilo Athayde, Presidente da Academia Brasileira de Letras.
O surgimento desta Academia a nível nacional passou a ser um marco de referência para os nossos Grandes Orientes Estaduais, do Distrito Federal e da Maçonaria em geral.
Chegamos finalmente, ao ano de 1990.
Convocados pelo espírito irrequieto, empreendedor e entusiasta do Ir Alfredo Pacheco Barroca, reuniu-se 19:00 horas do dia 05 de julho no Templo da ARLS “União e Progresso Nº 236”, na Cidade de Vitória, um grupo de Irmãos num total de 12, constituído pelos IIr.: Alfredo Barroca, Carameu de Barros, José Higino de Oliveira, José Palmeira Vieira, Jercy da Silva, Wagner Araújo, Alan Monteiro, Alberto Gianordoli, Antônio Adelino Ribeiro, Sérgio Dário Machado, José Carlos de Freitas e Luiz Carlos Franco de Mello.
Da reunião, saiu formada a Primeira Diretoria, aprovação provisória dos Estatutos, escolhas dos Patronos das Cadeiras (primeiras), o número total de 33, apresentado Regimento Interno, (discutido e aprovado), abertura de conta em banco, valor de mensalidade e outras providências administrativas.
A Primeira Diretoria ficou assim composta:
Presidente – Alberto Gianordoli
Vice-Presidente – Carameu de Barros
Secretário – Alfredo Pacheco Barroca
Tesoureiro – Sérgio Dário Machado
Bibliotecário/Arquivista – José Higino de Oliveira
Assinaturas por ordem na Ata Inaugural: Antônio Adelino Ribeiro, José Palmeira Vieira, Jercy da Silva, Luiz Carlos Franco de Mello, Wagner Araújo, José Carlos de Freitas, Alan Monteiro.
Na reunião seguinte é convidado e aceito também como Fundador o Ir.: Carlos Alberto de Faria, e no decorrer desse primeiro mandato pediram desligamento os IIr.: Alan Monteiro (problemas de saúde) e José Higino de Oliveira (problemas familiares).
Em 1992, assume a segunda Diretoria:
Presidente – José Palmeira Vieira
Vice-Presidente – Luiz Carlos Franco de Mello
Secretário – Alfredo Pacheco Barroca
Tesoureiro – Sérgio Dário Machado
Bibliotecário/Arquivista – Carlos Roberto Faria
Em 1993, assume a terceira Diretoria:
Presidente – Luiz Carlos Franco de Mello
Vice-Presidente – Sérgio Dário Machado
1º Secretário – Alfredo Pacheco Barroca
2º Secretário – Jercy da Silva
1º Tesoureiro – Wagner Araújo
2º Tesoureiro - Antônio Adelino Ribeiro
Bibliotecário/Arquivista – Alberto Gianordoli
Conselho Fiscal – José Palmeira, Carlos Roberto Faria, Carameu de Barros
O Ir.: Carameu de Barros não chegou a tomar posse, pois passou ao Oriente Eterno, fato lamentado por todos.
Em 1994, ingressaram na Academia os Irmãos Bóris Castro, Luiz Guilherme Paterlini, Miguel Arcanjo Kill e Moacir Luiz Silva. Afastou-se por problemas pessoais o Ir.: José Carlos de Freitas. O acadêmico Alfredo Pacheco Barroca sofreu grave acidente com a fratura de um dos membros inferiores e em 1995, ainda sem estar completamente recuperado passa ao Oriente Eterno o estimado idealizador e fundador da Academia, episódio doloroso e sentido por todos.
Em 1997, é eleita a Quarta Diretoria:
Presidente – Sérgio Dário Machado
Vice-Presidente – Wagner Araújo
1º Secretário – Moacir Luiz da Silva
2º Secretário – Luiz Guilherme Paterlini
Tesoureiro – Sérgio Dário Machado
Bibliotecário/Arquivista – Carlos Roberto Faria
1º Tesoureiro – Carlos Roberto Faria
Bibliotecário/Arquivista – Miguel Arcanjo Kill
Conselho Fiscal – Luiz Carlos Franco de Mello, Bóris Castro, Jercy da Silva.
A Diretoria não tomou posse logo. Uma sucessão de acontecimentos arrefeceu em muito nosso ânimo e dificuldades várias impediram uma atividade mais amiúde em nossa Arcádia.
O afastamento dos IIr.: Moacir Luiz da Silva, Luiz Guilherme Paterlini, Miguel Arcanjo Kill, somados à passagem ao Oriente Eterno dos IIr.: acadêmicos Jercy da Silva e José Palmeira, muito lamentadas, somados a problemas de saúde dos IIr.: Alberto Gianordoli e Wagner Araújo, determinaram um quebrantamento que levou algum tempo à recuperação. Reuniões isoladas, contatos esporádicos marcaram por algum tempo nossa Academia – guardadas as devidas proporções, fenômenos idênticos passaram a Academia Brasileira de Letras, a Academia Maçônica do Distrito Federal e a Academia Fluminense de Letras Maçônica.
Mas como sempre depois da tempestade vem a bonança, em 28 de fevereiro de 2011, reagrupados os sete Irmãos remanescentes, a Quarta Diretoria foi empossada com modificações:
Presidente – Sérgio Dário Machado
Vice-Presidente – Alberto Gianordoli
Secretário – Bóris Castro
Tesoureiro – Carlos Roberto Faria
Bibliotecário/Arquivista – Carlos Roberto Faria
Miguel Alberto Kill
Conselho Fiscal – Luiz Carlos Franco de Mello, Antônio Adelino, Wagner Araújo
Em maio de 2011, chegaram os reforços, com o ingresso dos IIr.: Francisco Luiz Pereira, Hever da Silva Nogueira e Nilson Sidney Peixoto Bezerra.
E não ficamos por aqui. Em abril de 2012, novas e poderosas colunas vieram manter viva a nossa Academia, nas pessoas dos IIr.: Fernando de Almeida e Silva, José Olívio Grillo, Élvio Antônio Sartório, Sérgio Soares Dutra e Marcos André Malta Dantas.
Em contradição afastaram-se mais uma vez por problemas de saúde os amados IIr.: Wagner Araújo e Alberto Gianordoli.
Em 2013 (26 de março) a lamentar, a infausta notícia do passamento do Ir.: Wagner Araújo, vítima de lamentável e brutal acidente de trânsito.
Em 05 de julho de 2014, mais cinco novos Irmãos vieram somar conosco, os IIr.: Adauto Beato Venerano, José Vicentini, José Antunes da Rocha, Luiz Silva Muzi e Olair Ferreira da Silva.
Em 05 de julho de 2014, fomos aquinhoados com a chegada de novos Irmãos José Lemos Sobrinho, Adivaldo Belucio Manete, Dario Lumberto Viana, Higner Mansur, Vilson Carlos Gomes Coelho, Sílvio Dante Folli, Nadir Reis, Jônice Motta e Motta e Dário Ângelo Baggeri.
E hoje finalmente novos Irmãos são incorporados ao nosso elenco: Carlos Cezar Gonçalves da Rocha, José Rodrigues Pinheiro, José Maria Oliveira e Antônio Barbosa dos Santos Neto Cavalcante.
Essas passagens, alguns alegres e outras tristonhas fazem parte da nossa história, é o retrato da vida.
Convoco nesta data de Bodas de Prata de nossa Arcádia, a todos os presentes acadêmicos ou não a procurarmos manter a harmonia existente na mesma, suas portas abertas a todos os Irmãos sem nenhum tipo de limitação de Rito, Lojas ou de Potência, de mantermos o ideal dos nossos Irmãos pioneiros que passaram ao Oriente Eterno, e que nossa Academia seja sempre um elo de Fraternidade e de Harmonia entre todos, através da cultura, as artes, e o estudo permanente. Que possamos estar coesos e aproveito para lançar um novo repto, aos nossos dirigentes e Irmãos.
Vamos pensar na criação de uma grande biblioteca maçônica e um centro de estudos.
“ALEA JACTA EST...”